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Os fãs de Game of Thrones têm reclamado bastante da última temporada.

 

Desde que a série ultrapassou os livros, há um crescente descontentamento com o rumo que os roteiristas da série têm tomado, especialmente em relação às personagens. David Benioff e D.B. Weiss cada vez mais forçam mudanças para que o enredo chegue aonde eles quiserem, decepcionando cada vez mais os fãs que durante muitos anos foram absolutamente leais à série que foi a mais assistida da história.

O primeiro grande problema se trata do trio de personagens principais, que também tornaram-se os favoritos dos fãs: Tyrion, Jon Snow e Daenerys tinham tudo para criar o conflito ideal que encerraria o ciclo de guerras em King’s Landing. Entretanto, os roteiristas acreditaram que seria uma boa ideia criar uma briga interna entre os três e forçar a loucura dos Targaryen para Daenerys de forma que ela não tem mais a compaixão e a construção que tinha nas temporadas passadas. Ela é apenas uma “louca por poder” como todos têm apontado na série. Ao mesmo tempo, Tyrion e Jon desconfiam dela, e grandes aliados como Varys começaram a querer colocar Jon como rei, ao invés dela. Isso não faz sentido com nada do que foi construído nas temporadas passadas, mesmo com as mortes recentes de aliados dela. É repentino e não há construção nenhuma indicando que ela fosse enlouquecer nesse nível.

E o Jon, claro, não podemos esquecer: ele mesmo sendo um troca-pele e tendo sobrevivido apenas por conta de Fantasma, ele manda o lobo embora por nenhuma razão e agindo de forma completamente fora da personagem.

Outro problema fala de Jaime e Cersei, que estavam separados e, novamente, tudo indicava de que o desfecho fosse que a Regente morresse nas mãos de um dos irmãos. Entretanto, nada disso aconteceu, além deles também terem voltado a ficar juntos, mesmo que no livro estivesse claro o ódio do Regicida pela irmã, e seu desenvolvimento depois de tudo isso (até mesmo perder a mão e a habilidade de lutar) é perdido. Quem perde mais com isso – além do público – é a Brienne, que finalmente tinha encontrado alguém que gostava dela pelo que ela era e o perde por má-escrita de roteiros.

Desde o estupro da Samsa na quinta temporada, a série segue um rumo que não só é fora dos livros e é completamente sem sentido, mas também traz uma discussão muito importante sobre o machismo na série. Todas as mulheres como Daenerys, Samsa e Cersei ficam com a aparência de loucas por poder e desequilibradas, em contraponto com o “equilibrado e sábio” homem Jon Snow. Isso foge ao empoderamento feminino que havia nas primeiras temporadas, com Daenerys desafiando homens donos de escravo, Arya indo na sua aventura para se tornar forte o suficiente para vingar sua família e a redenção de Samsa que se torna poderosa vendo de perto como os seus inimigos desprezavam a sua origem e família. Falas problemáticas como a Samsa basicamente agradecida pelo estupro de Ramsay Bolton, ou cenas que eram consensuais como Cersei e Jaime ao lado de Jeoffrey ou a noite de núpcias entre Drogon e Daenerys transformadas em estupro mostram como os roteiristas lidam com mulheres e acham que elas devem ser tratadas e isso contribui muito com a decadência da oitava temporada.

 

Agora só podemos esperar pelos livros e esperar que J. R. R. Martin não tenha que fazer o mesmo final que a série.

 

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@cazu_murano@cazu_murano